Cliquem nesse link do jornal O FLUMINENSE. Tem uma página do Diário Oficial de Maricá-RJ. Vocês verão na parte "ÓRGÃOS DE ATIVIDADES FIM", letra p, uma "Secretaria de Assuntos Religiosos".http://www.ofluminense.com.br/sit…/default/files/jom_340.pdf
São Gonçalo, RJ, cidade que faz divisa com Maricá, tinha uma secretaria de Assuntos Comunitários e Religiosos, o que fere a laicidade do Estado. Era só um cabide de emprego, uma sinecura, que a então prefeita, evangélica, criou para que lideranças religiosas mamassem nas tetas do município sem fazer nada.
Isso acabou no dia em que eu fiz um requerimento à dita secretaria. Fui lá vestindo uma camisa com a imagem de São Francisco, para melhor compor meu personagem, e esperei para ser atendido lendo o livro dos Salmos, para entrar no clima. Quando cheguei ao balcão, protocolei um requerimento perguntando o que a dita secretaria estava fazendo para que o Vaticano terminasse de canonizar nosso padroeiro, São Gonçalo, que só é santo no nome, mas na verdade só alcançou a patente de beato. No meu requerimento, eu dava as principais informações sobre o padroeiro (obrigado, São Google!) e dizia que há mais de 400 anos o processo dele está parado no Vaticano. Isso nos deixava em condição de "inferioridade hagiológica" (kkkkkkkk) em relação a outras cidades que tinham padroeiros plenamente canonizados como Friburgo, Niterói e Itaboraí (cujo padroeiro é São João Batista), São Francisco de Itabapoana, São Pedro da Aldeia, Santa Maria Madalena etc.
O requerimento virou motivo de piada na prefeitura. Deu o que falar por muito tempo e, na impossibilidade de dar uma solução para o meu requerimento, a Secretaria foi extinta.
Sugiro aos cidadãos de Maricá que façam uma brincadeira semelhante. Peçam para que a prefeitura abra um processo no Vaticano para beatificar sua vovozinha -- a pessoa tem que ser declarada beata antes de ser declarada santa (desde que a velhinha tenha sido católica e esteja morta há mais de 5 anos, como mandam as regras da Igreja para abertura desses processos), ou deem o endereço de um prostíbulo e peçam para que missionários sejam mandados lá para converter as meretrizes e os seus clientes, ou peçam um exorcismo numa casa supostamente mal assombrada, ou peçam para que a prefeitura requisite ao bispo Dom José a excomunhão da empresa Nossa Senhora do Amparo, empresa de ônibus que mancha o nome da padroeira cobrando uma passagem caríssima dos cidadãos. Ou inventem outra pegadinha qualquer.
O Estado laico pode ser defendido zoando os picaretas da fé.
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