quinta-feira, 23 de abril de 2015

QUAKERS


Sabe aquele personagem de cabelos brancos que aparece na caixa da aveia Quaker? Ele representa um membro da seita religiosa quaker, uma seita popular na Inglaterra do século XVIII. Não sei se essa seita ainda existe. Alguém me disse que ela é a origem das seitas pentecostais. Se isso for verdade, evoluíram para pior.

"Quaker" quer dizer "aquele que treme", pois, segundo o testemunho de Voltaire nas "Cartas da Inglaterra", eles tremiam e se diziam possuídos pelo Espírito Santo. Mas a ética dos quakers era o ideal republicano elevado a uma potência escandalosa. Acho que ninguém consegue ser mais republicano que um quaker. Para começar, eles irritavam as autoridades, pois para eles todos eram iguais, não tinha esse papo de "meritíssimo juiz" ou "Vossa Alteza Real".

Nos EUA, os quakers, ao lado dos metodistas, iniciaram a campanha para a abolição da escravidão. (E hoje Marco Feliciano, incensado pelos pentecostais, diz que os negros carregam uma maldição lançada por Noé e faz de conta que os benditos brancos da África do Sul nunca lhes fizeram mal - Para quem não acredita que ele tenha dito esse absurdo, procure no Google a entrevista que ele deu à revista VEJA.)
Simone de Beauvoir , em "O Segundo Sexo" cita as seguintes palavras de um manifesto feminista escrito no século XIX, pela quaker Lucrecia Mott: "O homem e a mulher foram criados iguais e providos pelo Criador de direitos inalienáveis... O governo é feito tão somente para salvaguardar esses direitos... O homem faz da mulher casada uma morta cívica... Usurpa as prerrogativas de Jeová que é o único a designar aos homens sua esfera de ação." Compare isso com as declarações de Ana Paula Valadão, Mara Maravilha e tantas outras formadoras de opinião da ovelhada.

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Trailer do Hangout d'ARCA