quarta-feira, 5 de agosto de 2015

HÍBRIDOS


Como cresci na cidade, sem contato com bichos, ao ver suas imagens e conhecer seus nomes, eu os agrupava mentalmente conforme as semelhanças.

Pato, ganso, cisne;
cavalo, burro;
boi, búfalo;
camelo, dromedário;
leão, tigre, onça;
chimpanzé, gorila, orangotango;
etc.

Acho que esse exercício mental muitas crianças também fazem ou podem ser estimuladas a fazer facilmente.
Mas se a criança quiser colocar o homem no meio dos símios, o bicho pega.
Não morando em fazenda, eu imaginava se era possível cruzar os bichos parecidos. Um ganso com uma pata, por exemplo, e ver o que saía.
No livro "Um Chapéu Para Viagem", livro de memórias de Zélia Gattai, ela conta que seu marido, Jorge Amado, então deputado eleito por São Paulo, comprara um sítio em Duque de Caxias, estado do Rio, e se divertia realizando esse meu desejo de criança: gastava um dinheirão comprando bichos diferentes, fazia-os cruzar e fotografava os filhotes que nasciam. Era um biólogo amador e curioso.
O capítulo que Darwin dedicou aos híbridos é um dos mais interessantes de "A Origem das Espécies".
Interessante saber que Darwin tinha estudado Teologia. E certamente deveria saber que a Bíblia proíbe botar bichos de espécies diferentes para copularem. LEVÍTICO 19: 19: "Não acasalarás animais de espécie diferente." (Tradução da CNBB) Será que Moisés fez essa proibição porque já suspeitava que a semelhança entre os bichos não era mera coincidência e quisesse fechar o caminho para os curiosos, retardando, por séculos, uma teoria evolutiva?

Postado por
Edson Amaro

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